segunda-feira, 17 de setembro de 2012
sábado, 15 de setembro de 2012
Torno mecânico
O torno mecânico foi inventado na Europa no século XVI. O Engenheiro
Henry Maudslay entre (1771 – 1831) aperfeiçoou o Torno Mecânico, aumentando muito
sua precisão.
A operação de torneamento
Cuidados com a segurança
Classificação
Torno mecânico (do latim tornus, este do grego τόρνος, gire, vuelta) é uma máquina-ferramenta que permite usinar peças de forma geométrica de
revolução. Estas máquinas-ferramenta operam fazendo girar a peça a usinar presa
em um cabeçote placa de 3 ou 6 castanhas ou fixada entre os contra-pontos de centragem
enquanto uma ou diversas ferramentas de corte são pressionadas em um movimento regulável
de avanço de encontro à superfície da peça, removendo material de acordo com as
condições técnicas adequadas.
O torno mecânico é uma máquina operatriz extremamente versátil utilizada na confecção ou
acabamento em peças. Para isso, utiliza-se de placas para fixação da peça a ser
trabalhada. Essas placas podem ser de três castanhas, se a peça for cilíndrica,
ou quatro castanhas, se o perfil da peça for retangular.
Esta máquina-ferramenta permite a usinagem de variados componentes mecânicos: possibilita
a transformação do material em estado bruto, em peças que podem ter seções
circulares, e quaisquer combinações destas seções.
Basicamente é composto
de uma unidade em forma de caixa que sustenta uma estrutura chamada cabeçote fixo.
A composição da máquina contém ainda duas superfícies orientadoras chamadas barramento,
que por exigências de durabilidade e precisão são temperadas e retificadas. O barramento
é a base de um torno, pois sustenta a maioria de seus acessórios, como lunetas,
cabeçote fixo e móvel, etc. Para movimentos longitudinais, um torno básico têm um
carro principal e um carro auxiliar para movimentos precisos e para movimentos horizontais
um carro transversal.
Através deste equipamento
é possível confeccionar eixos, polias, pinos, qualquer tipo possível e imaginável
de roscas, peças cilíndricas internas e externas,
além de cones, esferas e os mais diversos e estranhos formatos.
Com o acoplamento de
diversos acessórios, alguns mais comuns, outros menos, o torno mecânico pode ainda
desempenhar as funções de outras máquinas ferramentas,
como fresadora, plaina,retífica ou furadeira.
Pelo desenvolvimento
do torno mecânico, a humanidade adquiriu as máquinas necessárias ao seu crescimento
tecnológico, desde a medicina até a indústria espacial. O torno mecânico é a máquina
que está na base da ciência metalúrgica, e é considerada
a máquina ferramenta mais antiga e importante ainda em uso.
A operação de torneamento
O torneamento é a operação realizada pelo torno. Trata-se da
combinação de dois movimentos: rotação da peça e movimento de avanço da ferramenta.
Em algumas aplicações, a peça pode ser estacionária, com a ferramenta girando ao
seu redor para cortá-la, mas basicamente o princípio é o mesmo. O movimento de avanço
da ferramenta pode ser ao longo da peça, o que significa que o diâmetro da peça
será torneado para um tamanho menor. Alternativamente a ferramenta pode avançar
em direção ao centro, para o final da peça, o que significa que a peça será faceada.
O torneamento pode
ser decomposto em diversos cortes básicos para a seleção de tipos de ferramentas,
dados de corte e também para a programação de certas operações. Estamos nos referindo
principalmente ao torneamento externo, mas é importante lembrar que existem outras
operações mais específicas, como rosqueamento, ranhuramento e mandrilamento.
São combinações das
direções de avanço e rotação que podem resultar em superfícies cônicas ou curvas,
com as quais as unidades de controle dos tornos CNC atuais podem lidar por meio
de muitas possibilidades de programas.
Cuidados com a segurança
Extremo cuidado é necessário
ao operar este tipo de máquina, pois por ter suas partes giratórias, necessariamente
expostas, pode provocar graves acidentes. Você não pode utilizar luvas, correntes,
anel, roupas com mangas compridas e folgadas para que não ocorra risco de se machucar.
As castanhas necessariamente devem ficar protegidas com anteparos, preferencialmente,
transparentes, como Policarbonato, e ter um sistema de intertravamento de segurança.
Quando era um torneiro mecânico, o 35º presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva teve o seu dedo mínimo esmagado por um torno mecânico.
Como consequência, o resto de seu dedo foi cortado. Ele recebeu uma indenização
de 350 mil cruzeiros.
Classificação
Este equipamento também
possui uma classificação em relação ao trabalho efetuado:
Torno CNC
Máquina na qual o processo
de usinagem é feita por Comandos Numéricos Computadorizados (CNC) através de coordenadas
X (vertical) e Z (longitudinal).Sua grande vantagem em relação ao torno mecânico
é o acabamento e o tempo de produção.
Torno revolver
Torno simples com o
qual é possível executar processos de usinagem com rapidez, em peças pequenas[Ex:
buchas]
Torno vertical
Usado para trabalhar
com peças com um diâmetro elevado;
Torno horizontal universal
Usado para várias funções
principalmente em peças de pequeno diâmetro e grande comprimento.
Modelo
de torno mecânico antigo
EU SOU TORNEIRO MECÂNICO
Na era da automação industrial, nós
profissionais (e artistas) fazemos parte de uma espécie em extinção. Essa profissão, que projetou um presidente, hoje
está em extinção. Os torneiros, lídimos representantes da elite operária
brasileira, são hoje uma fração do que foram – em número e importância. A
abundância de empregos do período do milagre transformou-se na maior onda de
desemprego da história do Brasil. São 11 milhões de desempregados no País. E a
profissão de torneiro, uma das mais prestigiadas da indústria brasileira,
entrou em decadência e hoje caminha para a extinção.
“A tecnologia acabou com os nossos empregos”,
lamenta Durval Azzi, de 59 anos, hoje
aposentado. Filho de imigrantes italianos, ele formou-se pelo Senai em 1969 e
fez a própria vida no torno.
De acordo com dados do Ministério do Trabalho,
em 1997, existiam 37.277 torneiros com carteira assinada no Brasil. Em
2000, esse número caiu para 34.888 e vem diminuindo ano a ano. As escolas de formação
profissional refletem a mudança. Em 1963, no Senai, 20% dos alunos de
aprendizagem industrial cursavam tornearia mecânica. Em 1993 o curso fechou por
falta de demanda industrial. “É uma ocupação que vem se extinguindo”, diz Valter
Viciofini, diretor técnico do Senai de São Paulo.
Um dos últimos moicanos é Joaquim de
Paula Alves, torneiro mecânico da Volkswagen. “Na década de 90,
trabalhavam 80 torneiros no meu setor. Hoje, restam cerca de 12”, diz com muita
tristeza. Mineiro, trabalhou na roça até os 18 anos, quando veio para São
Paulo e cursou o Senai. Há mais de 20 anos ele aciona as alavancas da sua
máquina e nesse tempo viu o campo de trabalho encolher ao seu redor. “Hoje o
torneiro nem é mais respeitado”, opina. Enquanto ele ganha R$ 15,50 por hora –
cerca de R$ 3 mil por mês. Embora os torneiros estejam em extinção, é visível o
orgulho dos que passaram ou ainda estão na profissão.
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